terça-feira, 1 de agosto de 2017

78º dia - Destino Salem - Oregon (USA)

Dia 13 de julho de 2017.

Voltei à vagabundagem. Foi só eu voltar a rodar sozinho que acabo saindo mais tarde para a estrada.

Eram 08:40 quando saí do motel em direção ao sul, pela I-5.

Um pouco antes de Seattle passei pela cidade de Everett, onde fica a fábrica da Boeing e parada obrigatória para os entusiastas da aviação pois existe um tour pela fábrica, aonde curiosamente está o maior prédio do mundo em área e volume (13.385,378 metros cúbicos). Nesse prédio, onde são montados os Boeing 747, 767, 777 e 787,  só as portas medem 25 metros de altura por 107 de largura.

Seattle fica à uma meia dúzia de quilômetros adiante e à  medida que ia chegando na região metropolitana da cidade de Seattle o trânsito ia ficando denso, um movimento intenso. Pensei até em entrar na cidade, para passar na loja da Touratech (a única aqui nos EUA) e ver se tinha pneu traseiro a um preço bom, pois não ia demorar muito para o "Zé Catapora" entrar com um pedido de aposentadoria, mas já sabia de antemão que o trânsito naquela importante cidade do estado de Washington, principalmente aquela hora, era complicado. Achei melhor não entrar na cidade, o "Zé Catapora" ia ter que dar mais um pouco de si.


Eu havia tentado comprar um "chip" micro pré-pago já no meu primeiro dia aqui nos EUA na cidade de Alpine (Texas), conforme relatei aqui no blog,  mas não obtive sucesso. Naquela ocasião a atendente da pequena loja de celulares disse que não tinha um chip adequado para o meu telefone.

Como desde aquele dia sempre venho rodando com outras pessoas, fica difícil dedicar um tempo do dia para resolver essa pendência, mas agora, mesmo estando na reta final da viagem, eu estava sentindo falta de um chip de celular, muito útil para pesquisar preços e disponibilidade de hotéis nas paradas ao final do dia, além de não ficar dependendo da rede Wi-Fi de hotéis que é, geralmente, muito ruim devido ao número de gente "pendurada" nela.

Às 12:25, 120 km após a cidade de Seattle, entrei na cidade de Centralia, ainda no estado de Washington, para abastecer e comer algo.

Estava ainda parado no posto de gasolina, quando olhei para o outro lado da rua e vi uma loja da Verizon, companhia telefônica aqui nos EUA.

- É hoje! pensei eu.

Fui na loja e expliquei a minha situação, com meu inglês precário, para dois atendentes que estavam lado a lado, atrás do balcão. Disse que estava viajando de moto através dos EUA e queria um chip pré-pago (que aqui nos EUA chamam de Prepaid SIM Card) para o meu celular. Falei isso e mostrei para eles o meu celular, um Asus Zenfone 3 (que eu havia comprado aqui mesmo, nos EUA, no ano passado).

Os dois olharam para o meu celular e, na sequência, se olharam com os olhos arregalados - cara de assustados.
Estendi um pouco mais a mão para alcançar o telefone para eles analisarem se era possível e eles quase deram um passo para trás, se afastaram. Nessas alturas eu me preparei para correr, porquê parecia até que eu estava portando uma bomba ou algo parecido e faltava pouco para chamarem a SWAT.

Sem ao menos pegar o telefone para analisar, olharam com cara de desinteresse para o mesmo e disseram que não tinham o chip para aquele celular.

Como eu não tinha tempo a perder, nem conhecimento suficiente da língua inglesa para saber qual era a dificuldade em conseguir um chip para meu celular, agradeci e voltei para a estrada.

Buenas, um dos lugares que eu tinha planejado conhecer aqui na costa oeste era uma pequena cidade do estado de Oregon chamada Astoria.

E porquê Astoria?

Pode levantar a mão quem se lembra de um filme produzido por Steven Spielberg no ano de 1985 chamado "Os Goonies".


Ok, pode abaixar a mão quem se lembrou do filme.

Pois bem, o filme foi rodado em uma cidadezinha muito bonita, ás margens do Oceano Pacífico e essa cidade existe de verdade e se chama Astoria. Tinha uma vontade remota de conhecer aquela pequena cidade e aproveitei essa oportunidade para fazer isso.

Um pouco menos de 80 km depois da cidade de Centralia entrei no estado do Oregon, cruzando a ponte sobre o rio Colúmbia, já não mais na I-5 mas em uma rodovia secundária.

A cidade de Astoria, obviamente, já não é mais a mesma pequena cidade que aparece no filme, afinal lá se vão 32 anos desde que o filme foi rodado, porém a parte alta da cidade mantém ainda aquelas casas que aparecem no filme.

Na parte da cidade junto ao mar existem muitos restaurantes e um pequeno trem para turistas.










Até tentei me hospedar em Astoria, mas após uma rápida consulta de preço em dois motéis da cidade desisti - tudo muito caro  No Motel 6 da cidade me pediram 147,00 USD, quando a média de preço dessa rede de motéis é  de 60,00 USD na maior parte dos EUA. Aliás, a costa oeste, ao longo da Highway 101, é toda muito cara, isso já haviam me falado o Pete e Alexandra, aquele casal que encontrei no hotel em Chilliwack (Canadá).

Saí da cidade de Astoria e segui, rumo ao sul, pela rodovia 101. Essa estrada (101), um pouco mais ao sul, dá acesso à famosa Highway 1 que vai acompanhando o Oceano Pacífico,  até o estado da Califórnia, uma estrada que eu gostaria muito de ter rodado mas, infelizmente, no momento eu quero estrada que me permita deslocar mais rápido, a I-5 nesse caso.

Logo depois que alcancei a I-5 pilotei até a cidade de Salem onde me hospedei.

Enquanto descarregava a bagagem da moto, observei que o pequeno vazamento nos retentores da suspensão dianteira da moto, que eu vinha acompanhando desde a minha parada para troca de óleo no Canadá (alertado pelo Fred), aumentou consideravelmente. Comecei a ficar preocupado com isso e já preparando uma estratégia para resolver esse problema oportunamente.


O "Zé Catapora", também nessa mesma inspeção de final de dia, constatei que não ia longe - estava me abandonando rapidamente. Também pudera, um pneu fabricado para rodar 100% off-road não ia durar muito naquele asfalto e, na verdade, eu estava louco para substituir ele, até mesmo por segurança pois agora, rodando nas interestaduais aqui dos EUA, a tendência era andar mais rápido e, consequentemente, entrar nas curvas mais rápido, coisa que ele não me dava segurança nessas condições.

Rodei nesse dia 646 km.
Coordenadas do hotel: N44° 56.823' W122° 59.513'

Nenhum comentário:

Postar um comentário