Hoje o dia rendeu, em todos os sentidos, então senta aí que vou começar a contar as histórias de hoje.
O café da manhã do hotel Torre Fuerte foi forte!!! Tinha café (evidente), ovo, pão e....arroz com feijão (em um prato a parte e já misturado). Olhei para aquela pequena montanha de arroz e feijão e pensei comigo: não vai rolar, mas não posso recusar pois a senhora botou aquele prato na minha mesa com tanto carinho que se não comesse seria uma desfeita.
Dei uma garfada e para minha surpresa estava muito bom, bem temperado - comi tudo!
Carreguei a moto e às 08:00h me fui para a estrada, encarar o posto fronteiriço de Las Tablillas. Estava caindo uma chuva bem fininha, quase uma garoa, que logo depois se transformou em uma chuva mais densa.
Cheguei no posto fronteiriço às 09:30h e para minha surpresa tudo transcorreu às mil maravilhas. A coisa funciona assim: primeiro se paga um imposto no valor de USD 7,00 para sair da Costa Rica, depois vai na imigração e carimba a saída no passaporte. Depois vai na aduana e dá baixa na importação temporária da moto na Costa Rica.
Aí passa para o lado da Nicarágua e primeiramente faz a "fumigação" da moto (dedetização). Depois passa na imigração e recebe o carimbo de entrada no passaporte e paga uma taxa de USD 12,00 a título de tarjeta turismo. Depois vai num container pagar a fumigação - mais USD 3,00. Depois vai na aduana e faz a importação temporária da moto (isso não teve custo) e por fim faz um seguro obrigatório para a moto no valor de USD 12,00.
Isso tudo vai gerando uma papelada que é bom guardar pois vai que um policial te peça um comprovante desses só para criar caso.
Nesse local também tem um quiosque do Instituto Nicaraguense do Turismo, um negócio bem organizado com mapas, prospectos das várias regiões turísticas da Nicarágua, adesivos e até souvenir para dar aos turistas que estão entrando na Nicarágua. Diga-se de passagem, até agora foi o primeiro país dos que passei de moto que tem uma estrutura como essa montada para dar suporte aos turistas.
Quiosque do Instituto Nicaraguense do Turismo da Nicarágua.
Vejam só quanta coisa eu ganhei.
Como falei em postagens anteriores, escolhi passar por postos fronteiriços que não ficam na Carretera Interamericana pois são bem menos movimentados e não tem um monte de gente querendo te vender facilidades, os "helpers" (ajudantes) como os gringos costuma chamar. Por ter feito essa opção, vou costurando a América Central em zig zag - ora estou no litoral do oceano Pacífico, ora estou nas "tierras altas", no centro da América Central, entre os oceanos Pacífico e Atlântico.
Neste posto fronteiriço, todas as pessoas envolvidas no processo de entrada na Nicarágua foram de uma gentileza muito grande, além do que durante todo o processo deixei a moto com várias coisas expostas (capacete, mochila, etc) e ninguém tentou vender proteção ou se aproximou de maneira que causasse preocupação.
Bienvenidos à Nicarágua.
Então entrei na Nicarágua, terra de Augusto César Sandino e Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional e, porque também não dizer, terra de Bianca Jagger (ex mulher de Mick Jagger).
Peguei a estrada em direção à Manágua (só de passagem pois o destino hoje é León) e quem me dá as boas-vindas? Uma tempestade tropical, ou melhor, uma não, quatro tempestados, uma após a outra - com muito sol entre elas. A sorte que as estradas na Nicarágua, para minha surpresa, são verdadeiros tapetes e com pouquíssimos carros.
O interessante é que, desde que cheguei à América Central, sempre sou recebido por uma dessas enchurradas, tipo tempestade tropical. Foi assim no Panamá, na Costa Rica e agora aqui na Nicarágua.
Cheguei na cidade de León às 17:05h e, como já havia pesquisado por hotéis na noite anterior, me dirigi à um hotel previamente escolhido.
León já foi capital da Nicarágua e é considerada o centro intelectual da Nicarágua.
Rodei nesse dia 506 km.
Coordenadas do Hotel San Juan de Leon: N12° 26.405' W86° 52.519'
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